(24-10-2012 09:20)Lis Escreveu: Oi gente. Essas pragas começaram a surgir em meu corpo na adolescência. Com uns 12, 13 anos. Era muito novinha e não fazia ideia do que era aquilo em mim. Minha mãe correu comigo para a dermatologista e ela disse que não tinha jeito. Só me restava me conformar com a situação.
Até aí, até que tudo bem pois as estrias se localizavam apenas no bumbum e no comecinho das coxas.
Mas depois surgiram em mim atrás dos joelhos, nos joelhos e panturrilhas. Mesmo eu cuidando da alimentação, não variando o peso, tomando muita água e hidratando bem a pele, aconteceu essa porcaria comigo.
Desde então não uso mais shorts, nem vestidos e nem nada que mostre as pernas. E isso é horrível ,pois nós mulheres, amamos um vestidinho ou um shortinho no calor. Ter que ficar de jeans com aquele solzão é um inferno.
Não tem nem um dia em que não choro ao olhar pra mim. Já pensei em me matar inúmeras vezes mas minha mãe já perdeu um filho então a dor seria grande demais. Mas eu não tenho nenhuma vontade de viver mais. Não tenho ânimo pra absolutamente nada. Mal saio de casa e não faço nada que as outras pessoas na minha idade fazem. Agora mesmo estou chorando porque é triste saber que com só 20 anos estou tão limitada assim
Meu corpo é bonito. Sou magra e baixinha, mas essas listras idiotas acabam com minha auto estima que na verdade nunca foi alta.
Sou alérgica ao ácido então estou em tratamento somente com o dermaroller.
Espero que um dia a gente consiga vencer essas malditas estrias.
Lis,
Sei exatamente como você se sente. Inicialmente, durante mais de dez anos, vivi uma fase de negação - alterei totalmente o meu comportamento, isolei-me completamente do mundo (cheguei a usar barba e cabelo como os do Bin Laden), trajava (e ainda trajo) apenas roupas longas, mas nunca admitia que a causa do problema eram as estrias. Tinha sempre uma desculpa pronta.
Dois eventos me fizeram confrontar e admitir a verdade. No fim de 2010 sofri um acidente e, apesar da dor, percebi que chorava devido ao fato de ter de tirar a camisa na frente de um médico para ser examinado. No início de 2011 uma ex-namorada me encontrou pelo facebook, e aí não tive mais como inventar desculpas. Desde então, passei a chorar copiosamente e a tomar antidepressivos, cuja ingestão interrompi no mês passado.
Também não tenho nenhuma vontade de viver, mas hoje percebo com clareza que o primeiro grande inimigo a ser derrotado não são as estrias, mas a nossa mente. Graças à internet temos acesso a milhares de depoimentos, e dentre eles encontramos algumas centenas de pessoas que conseguiram se livrar dessa maldição. Mesmo assim muitas vezes me faltaram forças para seguir o tratamento por não acreditar que também eu poderia ser bem sucedido. Nossa situação é difícil, mas não podemos ser derrotados sem lutar.
Costumo realizar a seguinte analogia. A obesidade é um problema infinitamente mais simples e fácil de resolver do que as estrias, e mesmo assim pouquíssimas pessoas têm a força de vontade necessária para solucioná-lo. É natural que um número muitíssimo menor de indivíduos reúna em grau suficiente as qualidades necessárias para vencer essa praga.
Todos nós temos as condições de lutar como guerreiros cuja vida depende da vitória - e é essa a nossa situação. São vários os relatos de pessoas que eliminaram as estrias, inclusive sem ácido retinóico. Você já está na frente em relação a mim, porque reconhece serem as estrias o problema, coisa que precisei de mais de 10 anos para fazer. Agora basta combatê-las de maneira inteligente e disciplinada, sem tréguas.
Boa sorte e conte comigo.